terça-feira, 16 de junho de 2009

O Nascimento da Categoria

Na década de 30, durante o governo de Getúlio Vargas (Estado Novo) foram criadas as primeiras leis trabalhistas, que deram origem a uma nova forma de organização do trabalho, sendo institucionalizada a estrutura sindical brasileira.

O primeiro Sindicato de Corretores de Imóveis a ser reconhecido como tal no Brasil foi o do Rio de Janeiro. No dia 7 de janeiro de 1937, o ministro de Estado dos Negócios do Trabalho, Indústria e Commércio, em nome do presidente da República do Brasil, assinou a carta sindical, reconhecendo oficialmente o "Syndicato dos Corretores de Immóveis do Rio de Janeiro" como "syndicato profissional de trabalhadores por conta própria", por despacho de 29 de outubro de 1936, no Processo n.º 22.431/1936, nos termos da legislação em vigor.

A história do Sindimóveis - Rio se confunde com a do sindicalismo brasileiro. Isto porque a entidade contribuiu para a discussão da estrutura sindical no país. As conquistas históricas começam quando um abnegado grupo de Corretores de Imóveis resolve sonhar alto. E isto significou uma luta que completa, em 1997, sessenta anos, todos dedicados à valorização do profissional e à conquista dos direitos, enquanto trabalhador brasileiro. A própria história das lutas da classe trabalhadora tem mostrado a necessidade política de unidade em torno dos reais objetivos, enquanto seres humanos, responsáveis pela organização da sociedade.

A formação de uma Junta de Corretores de Imóveis, em 1936, foi a semente geradora de todo o processo. No ano seguinte, 1937, já se conseguia a outorga da Carta Sindical, embrião do Sindicato dos Corretores de Imóveis do Município do Rio de Janeiro, o primeiro da categoria criado no país. A partir daí, foi um suceder de fatos, que passaram por inúmeros obstáculos.

"A semente germinada há sessenta anos cresceu e produziu bons frutos. E isso só foi possível porque o espírito de unidade do grupo de Corretores de Imóveis de 1936 permanece até hoje, sempre com a mesma esperança e garra de bravos guerreiros. "É uma história de conquistas", conta Gilza Anna de Souza, assessora de comunicação social do Sindimóveis/Rio em 1997.

A organização da atividade em São Paulo

Em São Paulo, a organização da categoria foi formalizada logo após a do Rio, no ano de 1938. Em um artigo publicado pelo jornal O Estado de São Paulo, no dia 1º de novembro de 1992, em comemoração dos cinqüenta anos do Sindicato dos Corretores de Imóveis de São Paulo (SCIESP), seu presidente, Odil de Sá(1992-98), relembrou as dificuldades e lutas travadas pelos fundadores do sindicato, para que o profissional da corretagem de imóveis de São Paulo fosse reconhecido como um técnico abalizado, com habilidade para atuar comercialmente frente à sociedade, com segurança e dignidade.

Em 1938, no Largo do Café, perto do marco zero da capital, ou seja, muito próximo do coração da cidade, surgiu a Associação Profissional dos Corretores de Imóveis. Na época, Algumas empresas imobiliárias surgiram do acaso. Lembro de uma cujo dono era um farmacêutico e tinha sua farmácia ao lado de um grande terreno vago. O dono do terreno morava no interior. Numa das suas viagens para a capital ele entrou na farmácia e pediu ao farmacêutico o favor de afixar no balcão um aviso de que o terreno estava à venda. O dono da farmácia perguntou o preço pretendido e fez a sua proposta: se ele conseguisse vender, teria direito aos 3% de comissão? O acordo foi feito e assim, sem papel, sem advogado, de boca mesmo, como se dizia naqueles tempos. E a pequena farmácia se transformou numa imobiliária.

Primeira sede no Largo do Café nº 14 até agosto de 1955

Entre os pioneiros, fundadores da Associação Profissional dos Corretores de Imóveis, destacaram-se três Corretores. Eram membros da Junta Provisória, que coordenou a criação da associação entre os dias 7 e 12 de maio de 1938. A Junta Provisória era composta por Nelson Mendes Caldeira, Werner Sack e Antônio Macuco Alves.

Obs: Embora as manchetes dos jornais destacassem a eleição da primeira diretoria do Sindicato dos Corretores de Imóveis de São Paulo, a entidade ainda não era reconhecida como tal, tendo recebido a Carta Patente do Ministério do Trabalho em 1942.

A primeira diretoria da Associação Profissional dos Corretores de Imóveis tomou posse no dia 12 de maio de 1938, sendo composta por:

Diário de São Paulo e Folha da Manhã de 16/05/38

A segunda diretoria, eleita em 28 de fevereiro de 1939, foi presidida por Nelson Mendes Caldeira. Francisco Carvalho passou a ser o vice-presidente, Antônio Macuco Alves o primeiro secretário, Júlio Mendes Taller o segundo secretário, Werner Sack o primeiro Tesoureiro, e Fausto Melo Barreto o segundo Tesoureiro. Adelino Alves, Antônio Scaléa e Domingos Leardi compunham o Conselho Fiscal. Esta equipe encerrou seu mandato no dia 15 de fevereiro de 1940.

Personalidades de destaque

Os primeiros Corretores de Imóveis eram consultores da família - pessoas de confiança que não mediam esforços e distâncias para atender bem a seus clientes. Eram os Corretores de bons negócios que "gritavam" seus próprios anúncios, profissionais de um tempo bem diferente, quando a cidade de São Paulo era dividida entre verdadeiros latifúndios. Os proprietários eram os donos de pacatas chácaras. Graças à divisão da terra em lotes e à tabela price, tornou-se muito maior o número de proprietários. De fato, os Corretores de "bons negócios" venderam São Paulo.

Paulo. Pai de Antônio Macuco Alves, natural de São Paulo, nunca exerceu outra atividade senão a de Corretor de Imóveis. Lavrava em média vinte escrituras por mês e vendia em torno de 240 imóveis por ano, sem saber ao certo a quantidade de imóveis transacionados por seu intermédio. Uma curiosidade foi a compra, à prestação, da sua casa própria, situada em um dos endereços mais conhecidos de São Paulo, a avenida Brasil, no bairro Jardim América. Quando comprou o terreno, o metro quadrado custava 80 cruzeiros, sendo que em 1955 o mesmo já custava 30 mil cruzeiros. Embora tenha sido um dos fundadores da Associação dos Corretores de Imóveis, o único cargo na diretoria da Associação que assumiu pertenceu ao Conselho Fiscal da segunda diretoria.

Imobiliária Adelino Alves

Adelino Alves

O Antônio Macuco Alves (Toneco) pode ser considerado o maior líder de toda a categoria dos Corretores de Imóveis de sua época, uma personalidade importantíssima na sua organização. Foi presidente de cinco entidades relacionadas com o campo imobiliário: associação, sindicato, Câmara de Valores Imobiliários, Creci/SP (Conselho Regional de Corretores de Imóveis - 2ª Região - São Paulo) e o Cofeci (Conselho Federal de Corretores de Imóveis).

Toneco foi membro da Junta Provisória, criada em 7 de maio de 1938 para estabelecer os primeiros parâmetros da Associação Profissional dos Corretores de Imóveis. Nesta entidade participou da primeira e segunda diretoria como primeiro Secretário. Fundou também, junto com outros pioneiros, a Câmara de Valores Imobiliários do Estado de São Paulo, em 1942. No Sindicato dos Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo, foi vice-presidente de Newton Bicudo (1/7/1952 a 30/02/1954) e de José Floriano de Toledo (1/7/1956 a 30/6/1958). Ocupou a presidência dessa entidade durante três gestões consecutivas (1/7/1958 a 30/06/1964).

Foi o primeiro presidente do Conselho Federal de Corretores de Imóveis, cargo que ocupou de 1962 a 1968. Batalhou incansavelmente pelo reconhecimento da profissão e, pelos seus esforços, acabou obtendo um diploma legal para a classe, com a promulgação da Lei nº 4.116/62, que regulamentou a profissão do Corretor de Imóveis. Também destacou-se pelo reconhecimento do currículo escolar para Corretores de Imóveis, pelo Conselho Federal de Educação. Pela sua importância, luta pela classe e dedicação, recebeu o título Colibri de Ouro, a maior homenagem prestada a um Corretor de Imóveis, além de ser eleito patrono e presidente benemérito do Sindicato de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo.

Antônio Macuco Alves foi diretor-gerente do Escritório Imobiliário Adelino Alves. Um ano após seu falecimento (17 de fevereiro de 1976), foi homenageado com a inauguração da rua Antônio Macuco Alves, no bairro Butantã (Alto de Pinheiros), em São Paulo.
Newton Bicudo e Rubens Coelho

O Argemiro Bicudo: Corretor de Imóveis e Agente de Negócios por vocação, pai de Newton e Verany, foi um dos fundadores da Associação de Corretores de Imóveis, mas não assumiu nenhum cargo em sua diretoria. Durante toda a sua existência procurou criar condições para que outros assumissem os cargos de importância, permanecendo sempre no anonimato. Criou um dos mais belos loteamentos do Guarujá: a praia de Guaiúba. Foi também um dos fundadores do loteamento Vila Uberabinha e do Brooklin Novo".

Argemiro Bicudo iniciou sua carreira em 1910, sendo um dos primeiros Agentes de Negócios. Sua atividade era ampla, incluindo intermediações de negócios na indústria e no comércio.
Quando foi para São Paulo, começou a trabalhar como Agente de Negócios, e além da venda de imóveis e outros bens, cuidava ainda da documentação. Como esta atividade era incerta, montou uma tipografia e papelaria (Africana), na rua Onze de Agosto. Deixava-a sob os cuidados de um gerente e trabalhava com outro Agente de Negócios chamado Ronaldo de Barros. Na papelaria e tipografia teve um grande incentivador para os negócios imobiliários, pois fazia placas de vende-se e aluga-se. Tomando conhecimento, passou a dar informações aos clientes e percebeu a grandeza deste campo de trabalho. A comissão era de 3% do valor do imóvel. Profissionais de outras áreas ou atividades acabavam sendo solicitados pela população para prestar serviços de intermediação de imóveis.

Argemiro fechou a papelaria e instalou sua imobiliária na rua Onze de Agosto (centro da capital paulistana), área onde estavam localizados os principais escritórios imobiliários da cidade: Adelino Alves, Floriano de Toledo, Elpidio Eugênio Mônaco, Barros Handley, Nelson Mendes Caldeira, entre outros. Nessa época já trabalhava com loteamentos. Foi então que começou a se intitular Corretor de Imóveis.

A proximidade das imobiliárias levou esses Corretores a se reunirem na Rua do Café, para trocar ofertas ou falar sobre a profissão. Foi então que surgiu a necessidade da criação de uma associação que resguardasse os seus interesses, evitando o crescimento de atravessadores. Surgiu assim a Associação de Corretores de Imóveis. Verany Bicudo destacou a atuação de José Floriano de Toledo, líder que mentalizou e formalizou a filosofia da profissão, junto com Nelson Mendes Caldeira e Argemiro Bicudo. "Barros Handley ficou responsável pela correspondência e pelo encarte com as ofertas de imóveis dos associados", lembra Verany.

o Newton Bicudo participou da primeira diretoria do Sindicato dos Corretores de Imóveis no Estado de São Paulo, assumindo a vice-presidência, ao lado de José Floriano de Toledo. Foi presidente desta entidade por dois mandatos consecutivos (1/1/7/1954 a 30/6/1958), participou do Conselho Fiscal da sétima e oitava diretorias do SCIESP, retornando à presidência da entidade em julho de 1966 por mais dois mandatos (até 30/6/1971). Newton Bicudo foi o segundo presidente do Conselho Federal de Corretores de Imóveis, tendo destacada participação na luta pela regulamentação da profissão em 1962. Foi homenageado com o batismo do auditório da sede atual do SCIESP.

o Verany Bicudo dividiu com o irmão a tarefa de organizar e liderar a categoria dos Corretores de Imóveis. Foi secretário-geral da quinta e sexta diretorias do Sindicato e primeiro secretário da sétima diretoria, ao lado de Antônio Macuco Alves. Sua função como secretário, segundo ele, era trazer jovens Corretores para participar do Sindicato, tendo convidado personalidades como Rubens Coelho, Oswaldo Botelho, Aníbal Paes de Barros e Sócrates Bellintani.

Nelson e Wilson Mendes Caldeira

Nelson Mendes Caldeira foi um dos fundadores da Associação Profissional dos Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo. Com propostas pioneiras e em parceria com seu irmão, Wilson, fundou a Bolsa de Imóveis do Estado de São Paulo. Lançou no país o Pregão Imobiliário, a primeira companhia avaliadora de imóveis a operar no Brasil. Atuando com rigor e eficiência, firmou uma sólida tradição e ampliou suas atividades até se tornar uma das mais dinâmicas empreendedoras do mercado brasileiro.

A Bolsa de Imóveis contribuiu para profissionalizar o mercado imobiliário de São Paulo. É uma das instituições fundadoras do Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci/SP) e do SCIESP. Caldeira desenvolveu know-how para operações que se tornariam vitais, como a incorporação de condomínios, e a captação de poupanças populares para a construção de moradias. Nos anos 50 introduziu no país o uso do concreto usinado, no edifício Mendes Caldeira, na Praça da Sé (centro de São Paulo), que graças a isso bateu todos os recordes de velocidade de construção na época.

João Augusto de Mattos Pimenta

Iniciou suas atividades em 1922, como executivo da Companhia Construtora Brasil, responsável pela construção de mais de cem casas no Rio de Janeiro. Em 1926 promoveu uma campanha nacional com dois objetivos: a composição do plano de desenvolvimento urbanístico da cidade e a criação de planos de melhoria das condições habitacionais dos favelados. A grande repercussão atingida levou o então prefeito do Rio de Janeiro, Prado Júnior, a convidar o urbanista francês Alfred Agache para proferir conferências sobre o referido plano.

Em 1931, Mattos Pimenta tornou-se Corretor, tendo vendido imóveis como o Palace Hotel, na avenida Rio Branco, o Teatro Phenix e o Parque da Cidade, todos no Rio de Janeiro. É o corretor "número um" do primeiro livro do sindicato. Foi eleito e reeleito, por unanimidade, presidente do Sindicato de Corretores de Imóveis do Estado do Rio de Janeiro, em 1936. Três anos depois fundou a Bolsa de Imóveis do Rio de Janeiro. Em 1947, promoveu a Companhia Nacional da Casa Popular, sob a presidência de Oswaldo Aranha, do ministro Ataulfo de Paiva e do general Euclides de Oliveira Figueiredo (pai do ex-presidente João Baptista Figueiredo). Teve importante atuação no reconhecimento da profissão, quando a atividade do Corretor de Imóveis foi incluída no grupo das atividades consideradas autônomas, por intermédio de seu amigo pessoal, o então ministro do Trabalho, Lindolfo Collor.

Mas quem foi o primeiro corretor?

De acordo com o livro Seleta do Agenciador Imobiliário, um roteiro de instruções úteis sintetizadas e explicadas, escrito por Gildásio Lopes Pereira, o desenvolvimento urbano tornou-se uma realidade apenas depois da transferência da família real para o Brasil, no princípio do século XIX, em 1807.
"O Rio de Janeiro era um pequeno burgo de ruas estreitas, cobertas de mato e iluminadas a candieiro de óleo de baleia. Mal podia acolher a Família Real. Quando a numerosa caravana ali chegou, viu-se que não havia moradia para ela. Então, o próprio Príncipe-Regente mandou requisitar as casas de residência dos habitantes da cidade. Enxotava os moradores e mandava pintar as fachadas das casas as letras maiúsculas 'PR' (Príncipe Real) que os despejados traduziam como 'Ponha-se na Rua', ou 'Prédio Roubado'. A revolta popular foi tão grande que muitos portugueses recusaram a moradia tomada dos locais e se propuseram a indenizá-los particularmente. Foi entãoque surgiu um cidadão muito atilado, que passou a intermediar as negociações: ANTÔNIO ARMANDO MARIANO DE ARANTES COSTA. Foi, de fato, o PRIMEIRO CORRETOR DE IMÓVEIS DO BRASIL".

Pedro Calmon, em sua obra História do Brasil *, comenta:
"Com a chegada de D. João VI, quase expulso da Europa, o que de mais importante havia em Portugal veio para a América. E aqui aportando, pretendeu criar numa pressa irresistível o novo império. A instalação da família real foi o primeiro embaraço vencido pela corte adventícia. Eram 10 mil pessoas num Rio de Janeiro acanhado e insalu bre de 1808. A família Real abrigou-se no Poço dos vice-reis, desalojando a Relação, que mudou-se para uma casa particular. Parte dos serviços ocupou o vizinho Convento do Carmo (transferidos os frades para a dos Barbosnos) e sua igreja ganhou honras de Capela Real, elevado o bispo a capelão mor.

Ali criou o Príncipe a Escola de Música e Canto Sacro. Aceitou em seguida, a oferta do negociante Elias Antônio Lopes, da Quinta da Boa Vista, primitivamente dos jesuítas, em São Cristóvão, e lá estabeleceu residência, ficando o da cidade como espaço das audiências. Esse deslocamento para o subúrbio importou a construção da 'cidade nova', com seus sobrados, as suas chácaras, as suas largas ruas. Antes, porém, dos melhoramentos, que exigiam tempo e ordem, era necessário acomodar o séquito de D. João nas casas provisórias. Resolveu-se o problema tomando-as dos moradores. Muitos cederam sem objeções; outros coagidos. Os magistrados disto incumbidos escreviam nas portas as iniciais P. R. (Príncipe Regente), que o povo traduziu: 'ponha-se na rua', demonstran do a irritação do povo".
http://portal.cofeci.gov.br/historico.aspx?capitulo=2

Propriedade e tradição



Nos primeiros anos da colonização do Brasil já existia uma preocupação com a comercialização e o registro dos imóveis. O primeiro documento sobre este assunto encontra-se no livro IV, Título VII, das Ordenações do Reino, recompiladas por mandato do rei Felipe I, em 1595, e que assim dizia:"se for senhor de alguma cousa e vender duas vezes a desvairadas pessoas, o que primeiro houver a entrega della será della feito verdadeiro senhor, se della pagou o preço por que lhe foi vendida ou se houve o vendedor por pago della, porque concorrendo assim na dicta venda entrega a cousa e paga do preço, o fazem senhor della''.
Reprodução da cópia do documento real, existente na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, no qual o rei Dom João III nomeia Tomé de Souza para o Governo-Geral da Colônia.
Com o advento das Ordenações do Reino, a propriedade era adquirida pela "tradição", ou seja, pelo fato material da entrega da coisa, pela transferência da posse ao adquirente, não sendo registrada a presença formalizada de um intermediador na comercialização de imóveis. A transação era realizada pelo proprietário e, esporadicamente, por um comerciante local, que em sua venda fazia a divulgação de imóveis para a compra, venda ou aluguel, a pedido do proprietário.

Primeiro documento histórico do Brasil


Carta de sete folhas em que Pero Vaz de Caminha conta a El-Rei Dom Manuel as novas do descobrimento dessas terras, no dia 21 de abril de 1500, cujo original se encontra no Arquivo Nacional da Tôrre do Tombo, Portugal"."Senhor. Pôsto que o capitão desta vossa frota e assim os outros capitães escrevem a Vossa Alteza a nova do achamento desta vossa terra que ora nesta navegação se achou, não deixarei também de dar disso conta a Vossa Alteza, assim como melhor puder, ainda que para bem contar e falar, o saiba pior que todos fazer (...) E, portanto, senhor do que hei de falar começo e digo: que a partida de Belém, como Vossa Alteza sabe, foi segunda-feira 9 de março, e sábado do dito mês, entre as 8 horas, nos achamos entre as Canárias, mais perto da Grande Canária; e ali andamos todo aquêle dia em calma, à vista delas, obra de três ou quatro léguas; e domingo 22 do dito mês, às 10 horas, pouco mais ou menos, houvemos vista das ilhas de Cabo Verde, (...) e assim seguimos nosso caminho por este mar de longo até terça-feira das oitavas da Páscoa, que foram vinte e um dias de abril, que topamos alguns sinais de terra..."

A divisão do novo continente

A ocupação da terra no Brasil teve início com a criação do regime de capitanias hereditárias, com o objetivo de efetivar a colonização do litoral brasileiro, por intermédio da iniciativa dos donatários e sesmeiros (latifundiários). Somente em 1548, com a instituição do governo geral, é que as primeiras vilas foram formadas ao redor de igrejas erguidas para a catequização dos indígenas e dos depósitos onde era guardado o pau-brasil extraído.
A preocupação da Coroa portuguesa em fundar municípios baseava-se na necessidade de povoamento e defesa da terra, de sua exploração e ,sobretudo, de tributação e arrecadação fazendária. A imensidão do território, razão de um isolamento natural, deu bastante autonomia às povoações, vilas e cidades.
As vilas só cresceram depois do desenvolvimento do ciclo da cana-de-açúcar. Entretanto, não foram encontrados registros referentes à comercialização de imóveis. Com o ciclo da mineração, a unidade de produção centrada no engenho foi levada para os povoamentos. Essa época caracteriza-se como de grande imigração, urbanização, maior mobilidade social e desenvolvimento cultural. O eixo demográfico, mais centrado no litoral, também começou a ser deslocado para o interior.
O comércio era exclusividade da Coroa portuguesa e dos mercadores de Portugal. Apenas em 1649 é que foi fundada a primeira Cia. Geral de Comércio do Brasil, seguida pela Companhia Regional do Maranhão (1682), pela Cia. Geral de Comércio do Grão-Pará e Maranhão (1755) e pela Cia. Geral do Comércio de Pernambuco e Paraíba (1759).

O Primeiro Corretor


A profissão do Corretor de Imóveis no Brasil vem desde o tempo da colonização, onde as pessoas ganhavam a vida arrumando pousadas para os desbravadores deste país. Como se trata de uma atividade que visa o desenvolvimento, o progresso e a concretização dos ideais, pode-se afirmar, de maneira figurada, que Pero Vaz de Caminha deu início às atividades de corretagem. Ao escrever para Portugal descrevendo o Novo Mundo, atuou como um Corretor de Imóveis.

Nascimento do Blog


Olá querido amigo blogueiro

Em minha trajetória como corretora de imóveis, aqui em Santo André,no Estado de São Paulo; tenho muitas histórias para relatar nesse blog, algumas tristes, alegres, emocionantes, de medo, angústia, mas outras que até eu mesma paro para analisar e penso: - "Isso aconteceu de verdade, ou, foi somente uma brincadeira em minha vida"... de tanta comédia em nossas vidas diárias...

Irei postar várias histórias de meu dia a dia como corretora de imóveis, histórias que realmente aconteceram comigo...

Sejam muito bem vindos nesse blog, aqui distração, informações e algumas risadas não faltarão em cada acesso nessa página da web...